São várias as investigações médicas que comprovam que crianças privadas do toque podem desencadear carência afectiva, tornando-se adultos insatisfeitos, inseguros ou ansiosos e com pouca auto-estima. Por outro lado, as crianças que foram massajadas, tocadas e acarinhadas tendem, quando adultos, a manter relações saudáveis pois entregam-se com mais facilidade, são mais abertos, simpáticos e confiantes.
Feboer, Pediatrics, 2004 – “O simples contacto pele com pele entre a mãe e o bebé durante 15 a 20 minutos após o parto, origina que logo após 4h de vida, o bebé fosse capaz de dormir mais (melhor organização dos estádios) e tivesse mais posturas em flexão (melhor modulação do sistema motor).
Numerosos estudos permitiram demonstrar que a estimulação táctil é muito importante para promover o crescimento físico, bem como a adaptação saudável das emoções e do comportamento, em animais de laboratório (Hammet 1992, Montagu 1986, Harlow 1958). Investigações recentemente conduzidas na universidade de Duke possibilitaram a identificação da existência de um “gene de crescimento” específico, segregado em resposta à estimulação táctil nos ratos.
A estimulação táctil (toque nutritivo) é uma das maneiras encontradas pelos pais para facilitar a “transição do útero para o mundo” que o seu bebé enfrenta (Montagu, 1986). A massagem pode ser um maravilhoso prolongamento do impulso natural que leva os pais a transmitirem amor e dedicação.
Está comprovado que a privação do toque conduz: a um aumento das hormonas do stress, a um aumento da secreção de corticosteroides; a uma diminuição do índice do crescimento, da diferenciação de células, da libertação de hormonas de crescimento, diminuição da produção de anticorpos, diminuição da produção linfocitária, e a alterações comportamentais (reacções depressivas), podendo em casos extremos conduzir mesmo à morte.
Nós necessitamos de uma segunda pele quando nascemos, de ter uma contenção, limites e fronteiras!!!
A relação Pais - bebés numa situação de massagem favorece a libertação de ocitocina. Vários são os estudos que confirmam que o nível de ocitocina aumenta como resultado ao toque, à pressão ligeira e à temperatura do corpo. A libertação de ocitocina para além de favorecer a vinculação e o reconhecimento, criando comportamentos de protecção parental, pode também ser responsável por um efeito anti-stress, abaixamento ou estabilização da pressão arterial, ganho de peso (activa a secreção de enzimas e ácidos digestivos), um aumento da circulação sanguínea em certas partes do corpo e uma diminuição do tónus muscular. Isto leva à conclusão que a massagem e a dinâmica de grupo que nela ocorre funcionam como um efeito positivo no bem estar tanto dos adultos como das crianças.
A massagem infantil melhora a relação pai (progenitor masculino)/bebé – os bebés estabelecem mais contacto ocular com os seus pais, sorrisos, respostas orientadas e menos comportamentos de evitamento. Os pais também demonstram um maior envolvimento com os seus bebés. O psicólogo e instrutor de massagem infantil, Tom Daly, comenta: “ No processo de aplicação da massagem, os pais ficam a conhecer os seus filhos de uma forma extraordinária; eles ligam-se a uma parte profunda da criança, e a uma parte profunda deles mesmos – o lado maternal”. Eles descobrem que são “excelentes mães”, e isto acontece numa relação segura onde a sua masculinidade não se sente comprometida. O mesmo autor refere também que as crianças têm uma maior auto-confiança e exibem maior criatividade quando os seus pais lhe dão atenção extra.
A massagem Infantil já provou ser também um método eficaz e seguro que permite uma melhoria considerável na interacção mãe-bebé no caso de mães deprimidas (Field, 1996).
Um estudo verificou que em crianças com idade pré-escolar o seu ritmo de vígilia-sono melhorou após uso da massagem infantil (T. Field, T Kilmer & I. Burman: Early Child Development and Care, in press)
Bavolek (1993) afirma que “ensinar a massagem infantil como parte de um programa global de educação parental poderá ajudar a quebrar o ciclo de abuso existente em muitas famílias”, uma vez que o método de massagem infantil da IAIM têm como principio o pedido de permissão que permite ás crianças desde cedo perceberem que elas são donas do seu próprio corpo e tem o controle de tudo o que se passa com ele.
Tiffany Field verificou num estudo um desenvolvimento neuropsicológico, ganho de peso e desenvolvimento mental em bebés prematuros posteriormente à estimulação. Os dados indicam que a estimulação precoce e sistemática dada pelas mães pode potenciar o desenvolvimento de crianças prematuras. Neste estudo o grupo de bebés prematuros sujeitos à massagem aumentaram em média mais 47% de peso, revelaram uma maior responsividade social e tiveram alta 6 dias mais cedo do hospital. O mecanismo biológico subjacente que explica o aumento de peso entre os recém nascidos prematuros alvo de massagem reside possivelmente no aumento do tónus vagal que, por sua vez, desencadeia um aumento de insulina (a hormona responsável pela absorção dos alimentos).
Estudos realizados pela mesma autora em 1996, permitiram comprovar que a massagem para além de permitir o crescimento de bebés prematuros, permite também o crescimento de bebés expostos a cocaína durante a fase pré-natal.
Para além dos benefícios anteriormente referidos a massagem é também uma mais valia no caso crianças com necessidades especiais: ajuda a relaxar os músculos hipertónicos, ajuda a estimular os músculos dos bebés que têm baixo tónus (ex. Sindrome de Down), ajuda a manter os níveis de oxigénio estáveis quando sujeitos a stress, ajuda os bebés a tolerarem o toque positivo (especialmente os que tiveram numa UCI), ajuda o bebé a libertar a tensão, favorece o aumento de peso e a saida mais cedo do hospital, ajuda a diminuir o gás intestinal e ajuda à digestão (ex. bebés com alteração do sistema digestivo) e ajuda a regular a hiper/hipo sensibilidade táctil.
Em casos de crianças com dermatite atópica verificou-se uma melhoria considerável dos sintomas depois de um curto período de uso da massagem infantil (Schachner L., field T., Hernandez-Reif M., Duarte A., and Krasnegor J., Pediatric Dermatology , 1998).
Saul Schanberg, investigador e pediatra, refere que as massagens reduzem a ansiedade nos doentes psiquiátricos infantis e adolescentes. Após 5 dias de massagens de 30 minutos nas costas, doentes infantis e adolescentes hospitalizados com depressão e perturbações da adaptação, mostraram-se menos deprimidos, menos ansiosos, apresentando níveis mais baixos de cortisol na saliva após a massagem; mais colaborativos, tendo o sono nocturno aumentado durante o período do teste. Nos doentes com depressão, os níveis de cortisol e neoepinefrina na urina também baixaram.
Para os bebés hospitalizados cuja exposição precoce ao toque ficou associada à dor e ao desconforto devido a procedimentos médicos, a massagem é uma maneira positiva de voltar a experimentar o toque como um encontro positivo e afectuoso.
Os Pais separados dos seus bebés pouco tempo depois do parto devido a doença , cesariana ou outras complicações afirmam que a massagem é um meio especialmente benéfico para ajudá-los a ganharem familiaridade com o seu bebé.
A massagem infantil permite que os pais estimulem o seu bebé e o descontraiam, numa interacção reciprocamente agradável (Leboyer, 1985).
Por último, a massagem infantil integra vários elementos da criação de laços afectivos (contacto visual directo, toque, odor, comunicação verbal e biorritmicidade) num programa estruturado de interacção entre pais e filho (Evans, 1990).